terça-feira, 21 de maio de 2013

Bonitinhos(as) do 9º ano- 92.01 continue a história...Seja bem criativo(a)!!!

Título: O Mistério da Bolsa Encantada

Num reino bem distante onde o Sol brilha e os pássaros voam, havia uma princesa chamada Mellyssa que  tinha uma bolsa encantanda. Ela era misteriosa, charmosa, colorida igual arco-íris e brilhante feito diamante.
Todo dia ao sair do seu castelo a princesa ...


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Excelente texto para reflexão


Para ler na escola
De nada valem aplicativos geniais e vídeos engraçados no YouTube se alguém não ensina o que é a ironia
Fico imaginando o quanto deve doer o "Coração de Estudante" do Milton Nascimento ao ser bombardeado com imagens de professores com suas caras arroxeadas que não param de aparecer na televisão, nos jornais, nas "internets" e nos hospitais.
Professor pega gripe de menino catarrento que dá bom-dia com beijo, faz curativo no atentado que se rasgou na hora do recreio, é o psicólogo preferido do adolescente meio "revolts" e o defensor-mor da igualdade no reino das diferenças que imperam em uma escola.
Agora, porém, o respeito, a consideração e a admiração ao mestre, valores intocáveis e inquestionáveis, parecem que estão sucumbindo a qualquer mimo, a qualquer charme, a quaisquer garotões ou garotonas bobos que se acham, mas que, no fundo, estão bem perdidos.
Professor é o cara que entrega para a gente, em alguns casos, quase de graça, uma chave universal que destranca portas ao longo de toda a trajetória de vida. Mesmo assim, a tranca da ignorância de quem acha que ensinar é algo ultrapassado parece estar ganhando adeptos com velocidade.
Quero ver o Google inspirar a pensar que, talvez, o segundo resultado de uma pesquisa seja mais íntegro e válido do que o primeiro link apresentado. Duvido que haja jogos on-line mais interessantes do que um bom debate sobre a danada da Capitu.
De nada valem aplicativos geniais e vídeos engraçados no YouTube se alguém não ensina o que é a ironia, o que são os efeitos da trigonometria, a importância do porto de Alexandria, a razão por que tantos buscam isonomia e os relevos da geografia.
Passou da hora de a galera do fundão reagir criando uma marchinha de agrado ao professor. E também é momento de os nerds fazerem uma campanha no ciberespaço de valorização do conhecimento.
As bonitas poderiam ajudar a dar um up no make caído que fazem para o "prô". A galera da timidez poderia preparar um grito bem gritado de "cheeeega", de cale-se e preste atenção, que é meu futuro o que está no gramado. Aos puxa-sacos caberia fazer redondilhas cheias de xodó.
Quando a violência não é mais um tema da rua e de ambientes hostis, em que a gente tem sempre um político safado a quem impor a responsabilidade, e começa a ser fotografada dentro do palco maior de aprendizado, a escola, parece que o futuro está avisando, com calafrios, que ficará doente.
Este texto não é para ser lido na escola porque vai cair na Fuvest nem trata de um tema modernoso, que não para de ser discutido nos mundos acadêmicos. Ele também não tem palavrão caprichado e escracho sujão para se morrer de achar bom, compartilhar com os amigos.
Ele só serve para lembrar e reafirmar que escola e professor são fundamentos que instigam acordar para fazer melhor, para ganhar mais uma dose de estímulo para ir além. Não é a história de um fulano em uma caverna distante que é afetada quando um mestre apanha de um aluno. É a história que você está construindo para seus filhos e para si mesmo.
Que as caras manchadas dos prófis sejam de tanto rir de conquistas daqueles a quem se doaram ou pela maquilagem escorrida de tanto chorar de orgulho por aqueles a quem se dedicaram. E desculpe-me do tom professoral.
jairo.marques@grupofolha.com.br
-

92.01 Para quem perdeu o final...Leiam!!!


Venha ver o pôr do sol – Lygia Fagundes Telles

ELA SUBIU sem pressa a tortuosa ladeira. À medida que avançava, as casas iam rareando, modestas casas espalhadas sem simetria e ilhadas em terrenos baldios. No meio da rua sem calçamento, coberta aqui e ali por um mato rasteiro, algumas crianças brincavam de roda. A débil cantiga infantil era a única nota viva na quietude da tarde.

Ele a esperava encostado a uma árvore. Esguio e magro, metido num largo blusão azul-marinho, cabelos crescidos e desalinhados, tinham um jeito jovial de estudante.
- Minha querida Raquel.
Ela encarou-o, séria. E olhou para os próprios sapatos.
- Vejam que lama. Só mesmo você inventaria um encontro num lugar destes. Que idéia, Ricardo, que idéia! Tive que descer do taxi lá longe, jamais ele chegaria aqui em cima.
Ele sorriu entre malicioso e ingênuo.
- Jamais, não é? Pensei que viesse vestida esportivamente e agora me aparece nessa elegância…Quando você andava comigo, usava uns sapatões de sete-léguas, lembra?
- Foi para falar sobre isso que você me fez subir até aqui? – perguntou ela, guardando as luvas na bolsa. Tirou um cigarro. – Hem?!
- Ah, Raquel… – e ele tomou-a pelo braço rindo.
- Você está uma coisa de linda. E fuma agora uns cigarrinhos pilantras, azul e dourado…Juro que eu tinha que ver uma vez toda essa beleza, sentir esse perfume. Então fiz mal?
- Podia ter escolhido um outro lugar, não? – Abrandara a voz – E que é isso aí? Um cemitério?
Ele voltou-se para o velho muro arruinado. Indicou com o olhar o portão de ferro, carcomido pela ferrugem.
- Cemitério abandonado, meu anjo. Vivos e mortos, desertaram todos. Nem os fantasmas sobraram, olha aí como as criancinhas brincam sem medo – acrescentou, lançando um olhar às crianças rodando na sua ciranda. Ela tragou lentamente. Soprou a fumaça na cara do companheiro. Sorriu. – Ricardo e suas idéias. E agora? Qual é o programa?
Brandamente ele a tomou pela cintura.
- Conheço bem tudo isso, minha gente está enterrada aí. Vamos entrar um instante e te mostrarei o pôr do sol mais lindo do mundo.
Perplexa, ela encarou-o um instante. E vergou a cabeça para trás numa risada.
- Ver o pôr do sol!…Ah, meu Deus…Fabuloso, fabuloso!…Me implora um último encontro, me atormenta dias seguidos, me faz vir de longe para esta buraqueira, só mais uma vez, só mais uma! E para quê? Para ver o pôr do sol num cemitério…
Ele riu também, afetando encabulamento como um menino pilhado em falta.
- Raquel minha querida, não faça assim comigo. Você sabe que eu gostaria era de te levar ao meu apartamento, mas fiquei mais pobre ainda, como se isso fosse possível. Moro agora numa pensão horrenda, a dona é uma Medusa que vive espiando pelo buraco da fechadura…
- E você acha que eu iria?
- Não se zangue, sei que não iria, você está sendo fidelíssima. Então pensei, se pudéssemos conversar um instante numa rua afastada…- disse ele, aproximando-se mais. Acariciou-lhe o braço com as pontas dos dedos. Ficou sério. E aos poucos, inúmeras rugazinhas foram se formando em redor dos seus olhos ligeiramente apertados. Os leques de rugas se aprofundaram numa expressão astuta. Não era nesse instante tão jovem como aparentava. Mas logo sorriu e a rede de rugas desapareceu sem deixar vestígio. Voltou-lhe novamente o ar inexperiente e meio desatento –Você fez bem em vir.
- Quer dizer que o programa… E não podíamos tomar alguma coisa num bar?
- Estou sem dinheiro, meu anjo, vê se entende.
- Mas eu pago.
- Com o dinheiro dele? Prefiro beber formicida. Escolhi este passeio porque é de graça e muito decente, não pode haver passeio mais decente, não concorda comigo? Até romântico.
Ela olhou em redor. Puxou o braço que ele apertava.
- Foi um risco enorme Ricardo. Ele é ciumentíssimo. Está farto de saber que tive meus casos. Se nos pilha juntos, então sim, quero ver se alguma das suas fabulosas idéias vai me consertar a vida.
- Mas me lembrei deste lugar justamente porque não quero que você se arrisque, meu anjo. Não tem lugar mais discreto do que um cemitério abandonado, veja, completamente abandonado – prosseguiu ele, abrindo o portão. Os velhos gonzos gemeram. – Jamais seu amigo ou um amigo do seu amigo saberá que estivemos aqui.
- É um risco enorme, já disse . Não insista nessas brincadeiras, por favor. E se vem um enterro? Não suporto enterros.
- Mas enterro de quem? Raquel, Raquel, quantas vezes preciso repetir a mesma coisa?! Há séculos ninguém mais é enterrado aqui, acho que nem os ossos sobraram, que bobagem. Vem comigo, pode me dar o braço, não tenha medo…
O mato rasteiro dominava tudo. E, não satisfeito de ter se alastrado furioso pelos canteiros, subira pelas sepulturas, infiltrando-se ávido pelos rachões dos mármores, invadira alamedas de pedregulhos esverdinhados, como se quisesse com a sua violenta força de vida cobrir para sempre os últimos vestígios da morte. Foram andando vagarosamente pela longa alameda banhada de sol. Os passos de ambos ressoavam sonoros como uma estranha música feita do som das folhas secas trituradas sobre os pedregulhos. Amuada mas obediente, ela se deixava conduzir como uma criança. Às vezes mostrava certa curiosidade por uma ou outra sepultura com os pálidos medalhões de retratos esmaltados.
- É imenso, hem? E tão miserável, nunca vi um cemitério mais miserável, é deprimente – exclamou ela atirando a ponta do cigarro na direção de um anjinho de cabeça decepada.- Vamos embora, Ricardo, chega.
- Ah, Raquel, olha um pouco para esta tarde! Deprimente por quê? Não sei onde foi que eu li, a beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da tarde, está no crepúsculo, nesse meio-tom, nessa ambigüidade. Estou lhe dando um crepúsculo numa bandeja e você se queixa.
- Não gosto de cemitério, já disse. E ainda mais cemitério pobre.
Delicadamente ele beijou-lhe a mão.
- Você prometeu dar um fim de tarde a este seu escravo.
- É, mas fiz mal. Pode ser muito engraçado, mas não quero me arriscar mais.
- Ele é tão rico assim?
- Riquíssimo. Vai me levar agora numa viagem fabulosa até o Oriente. Já ouviu falar no Oriente? Vamos até o Oriente, meu caro…
Ele apanhou um pedregulho e fechou-o na mão. A pequenina rede de rugas voltou a se estender em redor dos seus olhos. A fisionomia, tão aberta e lisa, repentinamente escureceu, envelhecida. Mas logo o sorriso reapareceu e as rugazinhas sumiram.
- Eu também te levei um dia para passear de barco, lembra?
Recostando a cabeça no ombro do homem, ela retardou o passo.
- Sabe Ricardo, acho que você é mesmo tantã…Mas, apesar de tudo, tenho às vezes saudade daquele tempo. Que ano aquele! Palavra que, quando penso, não entendo até hoje como agüentei tanto, imagine um ano.
- É que você tinha lido A dama das Camélias, ficou assim toda frágil, toda sentimental. E agora? Que romance você está lendo agora. Hem?
- Nenhum – respondeu ela, franzindo os lábios. Deteve-se para ler a inscrição de uma laje despedaçada: – A minha querida esposa, eternas saudades – leu em voz baixa. Fez um muxoxo.- Pois sim. Durou pouco essa eternidade.
Ele atirou o pedregulho num canteiro ressequido.
Mas é esse abandono na morte que faz o encanto disto. Não se encontra mais a menor intervenção dos vivos, a estúpida intervenção dos vivos. Veja- disse, apontando uma sepultura fendida, a erva daninha brotando insólita de dentro da fenda -, o musgo já cobriu o nome na pedra. Por cima do musgo, ainda virão as raízes, depois as folhas…Esta a morte perfeita, nem lembrança, nem saudade, nem o nome sequer. Nem isso.
Ela aconchegou-se mais a ele. Bocejou.
- Está bem, mas agora vamos embora que já me diverti muito, faz tempo que não me divirto tanto, só mesmo um cara como você podia me fazer divertir assim – Deu-lhe um rápido beijo na face. – Chega Ricardo, quero ir embora.
- Mais alguns passos…
- Mas este cemitério não acaba mais, já andamos quilômetros! – Olhou para atrás. – Nunca andei tanto, Ricardo, vou ficar exausta.
- A boa vida te deixou preguiçosa. Que feio – lamentou ele, impelindo-a para frente. – Dobrando esta alameda, fica o jazigo da minha gente, é de lá que se vê o pôr do sol. – E, tomando-a pela cintura: – Sabe, Raquel, andei muitas vezes por aqui de mãos dadas com minha prima. Tínhamos então doze anos. Todos os domingos minha mãe vinha trazer flores e arrumar nossa capelinha onde já estava enterrado meu pai. Eu e minha priminha vínhamos com ela e ficávamos por aí, de mãos dadas, fazendo tantos planos. Agora as duas estão mortas.
- Sua prima também?
- Também. Morreu quando completou quinze anos. Não era propriamente bonita, mas tinha uns olhos…Eram assim verdes como os seus, parecidos com os seus. Extraordinário, Raquel, extraordinário como vocês duas…Penso agora que toda a beleza dela residia apenas nos olhos, assim meio oblíquos, como os seus.
- Vocês se amaram?
- Ela me amou. Foi a única criatura que…- Fez um gesto. – Enfim não tem importância.
Raquel tirou-lhe o cigarro, tragou e depois devolveu-o
- Eu gostei de você, Ricardo.
- E eu te amei. E te amo ainda. Percebe agora a diferença?
Um pássaro rompeu o cipreste e soltou um grito. Ela estremeceu.
- Esfriou, não? Vamos embora.
- Já chegamos, meu anjo. Aqui estão meus mortos.
Pararam diante de uma capelinha coberta de alto a baixo por uma trepadeira selvagem, que a envolvia num furioso abraço de cipós e folhas. A estreita porta rangeu quando ele a abriu de par em par. A luz invadiu um cubículo de paredes enegrecidas, cheias de estrias de antigas goteiras. No centro do cubículo, um altar meio desmantelado, coberto por uma toalha que adquirira a cor do tempo. Dois vasos de desbotada opalina ladeavam um tosco crucifixo de madeira. Entre os braços da cruz, uma aranha tecera dois triângulos de teias já rompidas, pendendo como farrapos de um manto que alguém colocara sobre os ombro do Cristo. Na parede lateral, à direita da porta, uma portinhola de ferro dando acesso para uma escada de pedra, descendo em caracol para a catacumba.
Ela entrou na ponta dos pés, evitando roçar mesmo de leve naqueles restos da capelinha.
- Que triste é isto, Ricardo. Nunca mais você esteve aqui?
Ele tocou na face da imagem recoberta de poeira. Sorriu melancólico.
- Sei que você gostaria de encontrar tudo limpinho, flores nos vasos, velas, sinais da minha dedicação, certo?
- Mas já disse que o que eu mais amo neste cemitério é precisamente esse abandono, esta solidão. As pontes com o outro mundo foram cortadas e aqui a morte se isolou total. Absoluta.
Ela adiantou-se e espiou através das enferrujadas barras de ferro da portinhola. Na semi-obscuridade do subsolo, os gavetões se estendiam ao longo das quatro paredes que formavam um estreito retângulo cinzento.
- E lá embaixo?
- Pois lá estão as gavetas. E, nas gavetas, minhas raízes. Pó, meu anjo, pó- murmurou ele. Abriu a portinhola e desceu a escada. Aproximou-se de uma gaveta no centro da parede, segurando firme na alça de bronze, como se fosse puxá-la. – A cômoda de pedra. Não é grandiosa?
Detendo-se no topo da escada, ela inclinou-se mais para ver melhor.
- Todas estas gavetas estão cheias?
- Cheias?…- Sorriu.- Só as que tem o retrato e a inscrição, está vendo? Nesta está o retrato da minha mãe, aqui ficou minha mãe- prosseguiu ele, tocando com as pontas dos dedos num medalhão esmaltado, embutido no centro da gaveta.
Ela cruzou os braços. Falou baixinho, um ligeiro tremor na voz.
- Vamos, Ricardo, vamos.
- Você está com medo?
- Claro que não, estou é com frio. Suba e vamos embora, estou com frio!
Ele não respondeu. Adiantara-se até um dos gavetões na parede oposta e acendeu um fósforo. Inclinou-se para o medalhão frouxamente iluminado:
- A priminha Maria Emília. Lembro-me até do dia em que tirou esse retrato. Foi umas duas semanas antes de morrer… Prendeu os cabelos com uma fita azul e vejo-a se exibir, estou bonita? Estou bonita?…- Falava agora consigo mesmo, doce e gravemente.- Não, não é que fosse bonita, mas os olhos…Venha ver, Raquel, é impressionante como tinha olhos iguais aos seus.
Ela desceu a escada, encolhendo-se para não esbarrar em nada.
- Que frio que faz aqui. E que escuro, não estou enxergando…
Acendendo outro fósforo, ele ofereceu-o à companheira.
- Pegue, dá para ver muito bem…- Afastou-se para o lado.- Repare nos olhos.
- Mas estão tão desbotados, mal se vê que é uma moça…- Antes da chama se apagar, aproximou-a da inscrição feita na pedra. Leu em voz alta, lentamente.- Maria Emília, nascida em vinte de maio de mil oitocentos e falecida…- Deixou cair o palito e ficou um instante imóvel – Mas esta não podia ser sua namorada, morreu há mais de cem anos! Seu menti…
Um baque metálico decepou-lhe a palavra pelo meio. Olhou em redor. A peça estava deserta. Voltou o olhar para a escada. No topo, Ricardo a observava por detrás da portinhola fechada. Tinha seu sorriso meio inocente, meio malicioso.
- Isto nunca foi o jazigo da sua família, seu mentiroso? Brincadeira mais cretina! – exclamou ela, subindo rapidamente a escada. – Não tem graça nenhuma, ouviu?
Ele esperou que ela chegasse quase a tocar o trinco da portinhola de ferro. Então deu uma volta à chave, arrancou-a da fechadura e saltou para trás.
- Ricardo, abre isto imediatamente! Vamos, imediatamente! – ordenou, torcendo o trinco.- Detesto esse tipo de brincadeira, você sabe disso. Seu idiota! É no que dá seguir a cabeça de um idiota desses. Brincadeira mais estúpida!
- Uma réstia de sol vai entrar pela frincha da porta, tem uma frincha na porta. Depois, vai se afastando devagarinho, bem devagarinho. Você terá o pôr do sol mais belo do mundo.
Ela sacudia a portinhola.
- Ricardo, chega, já disse! Chega! Abre imediatamente, imediatamente!- Sacudiu a portinhola com mais força ainda, agarrou-se a ela, dependurando-se por entre as grades. Ficou ofegante, os olhos cheios de lágrimas. Ensaiou um sorriso. – Ouça, meu bem, foi engraçadíssimo, mas agora preciso ir mesmo, vamos, abra…
Ele já não sorria. Estava sério, os olhos diminuídos. Em redor deles, reapareceram as rugazinhas abertas em leque.
- Boa noite, Raquel.
- Chega, Ricardo! Você vai me pagar!… – gritou ela, estendendo os braços por entre as grades, tentando agarrá-lo.- Cretino! Me dá a chave desta porcaria, vamos!- exigiu, examinando a fechadura nova em folha. Examinou em seguida as grades cobertas por uma crosta de ferrugem. Imobilizou-se. Foi erguendo o olhar até a chave que ele balançava pela argola, como um pêndulo. Encarou-o, apertando contra a grade a face sem cor. Esbugalhou os olhos num espasmo e amoleceu o corpo. Foi escorregando.
- Não, não…
Voltado ainda para ela, ele chegara até a porta e abriu os braços. Foi puxando as duas folhas escancaradas.
- Boa noite, meu anjo.
Os lábios dela se pregavam um ao outro, como se entre eles houvesse cola. Os olhos rodavam pesadamente numa expressão embrutecida.
- Não…
Guardando a chave no bolso, ele retomou o caminho percorrido. No breve silêncio, o som dos pedregulhos se entrechocando úmidos sob seus sapatos. E, de repente, o grito medonho, inumano:
- NÃO!
Durante algum tempo ele ainda ouviu os gritos que se multiplicaram, semelhantes aos de um animal sendo estraçalhado. Depois, os uivos foram ficando mais remotos, abafados como se viessem das profundezas da terra. Assim que atingiu o portão do cemitério, ele lançou ao poente um olhar mortiço. Ficou atento. Nenhum ouvido humano escutaria agora qualquer chamado. Acendeu um cigarro e foi descendo a ladeira. Crianças ao longe brincavam de roda.

Biografia de Cecília Meireles:






Cecília Meireles

Poetisa brasileira
Cecília Meireles (1901-1964) foi poetisa, professora, jornalista e pintora brasileira. Foi a primeira voz feminina, de grande expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas. Com 18 anos estréia na literatura com o livro "Espectros". Participou do grupo literário da Revista Festa, grupo católico, conservador e anti-modernista. Dessa vinculação herdou a tendência espiritualista que percorre seus trabalhos com frequência.
A maioria de suas obras expressa estados de ânimo, predominando os sentimentos de perda amorosa e solidão. Uma das marcas do lirismo de Cecília Meireles é a musicalidade de seus versos. Alguns poemas como "Canteiros" e "Motivo" foram musicados pelo cantor Fagner. Em 1939 publicou "Viagem" livro que lhe deu o prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras.
Cecília Meireles (1901-1964) nasceu no Rio de Janeiro em 7 de novembro de 1901. Órfã de pai e mãe, aos três anos de idade passa a ser criada pela avó materna, Jacinta Garcia Benevides. Fez o curso primário na Escola Estácio de Sá, onde recebeu das mãos de Olavo Bilac a medalha do ouro por ter feito o curso com louvor e distinção. Formou-se professora pelo Instituto de Educação em 1917. Passa a exercer o magistério em escolas oficiais do Rio de Janeiro. Estréia na Literatura com o livro "Espectros" em 1919, com 17 sonetos de temas históricos.
Em 1922 casa-se com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas. Viúva, casa-se pela segunda vez com o engenheiro Heitor Vinícius da Silva Grilo, falecido em 1972. Estudou literatura, música, folclore e teoria educacional. Colaborou na imprensa carioca escrevendo sobre folclore. Atuou como jornalista em 1930 e 1931, publicou vários artigos sobre os problemas na educação. Fundou em 1934 a primeira biblioteca infantil no Rio de Janeiro.
Cecília Meireles lecionou Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas, em 1940. Profere em Lisboa e Coimbra, conferência sobre Literatura Brasileira. Publica em Lisboa o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações de sua autoria. Em 1942 torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro. Realiza várias viagens aos Estados Unidos, Europa, Ásia e Africa, fazendo conferências sobre Literatura Educação e Folclore.
Cecília Benevides de Carvalho Meireles morre no Rio de Janeiro no dia 9 de novembro de 1964. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Cecília Meireles é homenageada pelo Banco Central, em 1989, com sua esfinge na cédula de cem cruzados novos.

Obras de Cecília Meireles


Espectros, poesia, 1919
Nunca Mais... e Poema dos Poemas, 1923
Baladas Para El-Rei, poesia, 1925
Viagem, poesia, 1925
Viagem, poesia 1939
Vaga Música, poesia, 1942
Mar Absoluto, poesia, 1945
Evocação Lírica de Lisboa, prosa, 1948
Retrato Natural, poesia, 1949
Amor em Leonoreta, poesia, 1952
Doze Noturnos de Holanda e o Aeronauta, poesia, 1952
Romanceiro da Inconfidência, poesia, 1953
Pequeno Oratório de Santa Clara, poesia, 1955
Pístóia, Cemitério Militar Brasileiro, poesia, 1955
Canção, poesia, 1956
Giroflê, Giroflá, prosa, 1956
Romance de Santa Cecília, poesia, 1957
A Rosa, poesia, 1957
Eternidade em Israel, prosa, 1959
Metal Rosicler, poesia, 1960
Poemas Escritos Na Índia, 1962
Antologia Poética, poesia, 1963
Ou Isto Ou Aquilo, poesia, 1965
Escolha o Seu Sonho, crônica, 1964
Crônica Trovoada da Cidade de San Sebastiam, poesia, 1965
Poemas Italianos, poesia, 1968
Inéditos, crônica, 1968

Bonitinhos da 92.01

Trabalhando o texto "A arte de ser feliz" de Cecília Meireles expressem através de um texto o que significa para vocês o que é ser feliz. Leia o texto abaixo e publique o seu. Bjs mil!!!

Como fazer um bom trabalho


CARTAZ
A função do cartaz compreende duas finalidades:
·  Informativa: as informações devem ser objetivas, bem distribuídas no espaço do papel utilizado (cartolina, craft, color-set ou cartão) e de fácil visualização.
·  Ilustrativa: as ilustrações obedecem às mesmas regras para não prejudicar essa visualização.
Para alcançar esses objetivos, deve-se observar atentamente determinados itens:
√ A cartolina ou papel cartão nunca devem estar amassados.
√ Não pode haver rasuras.
√ Todas as figuras que serão coladas nos cartazes devem ser bem recortadas.
√ Use letras grandes (tanto impressas quanto manuscritas).
√ Evite textos muito longos.
√ Evite figuras ou desenhos muito pequenos.
√ Utilize legenda (se necessário).
√ Cuidado com a decoração (ela não pode aparecer mais do que a informação).
√ Coloque título (margem superior, centralizado).
√ Identifique o cartaz colocando: disciplina, professor, classe, nome(s) do(s) aluno(s) na margem inferior à direita.
√ O prazo de entrega do cartaz, determinado pelo professor, deverá ser obedecido rigorosamente, caso contrário, haverá desconto do conceito na avaliação final.
MODELO

Trabalho Escolar
Para preparar um bom trabalho escolar, é preciso cumprir bem algumas etapas, como a pesquisa, a preparação, a redação e a apresentação. A seguir, mostramos um passo a passo para organizar cada uma das etapas.
Primeiro passo: A pesquisa
O texto do trabalho escolar é um conjunto de informações que podem ter procedências variadas. Portanto, antes de começar a escrever, é preciso pesquisar o tema em fontes diversas, como livros, jornais, revistas e internet. É melhor iniciar a pesquisa com o material existente em casa. Em seguida, pode-se realizar a consulta na biblioteca da escola ou da cidade.
a) Seleção de informações
Feita a pesquisa, é hora de selecionar os dados por meio de uma leitura mais atenta. A triagem é necessária para que sejam descartadas as informações repetitivas ou que não acrescentem nada ao tema.
b) Fonte confiável
A seleção de informações deve levar em conta a confiabilidade da fonte. Por isso é importante comparar as informações em mais de uma fonte. É possível verificar, por exemplo, se um mesmo fato foi tratado do mesmo jeito por dois jornais diferentes.
c) Livros, jornais e revistas
Verifique quando foram escritos. Livros e enciclopédias podem conter informações desatualizadas ou conceitos ultrapassados. Jornais e revistas são boas fontes de consulta para assuntos que exijam atualidade de informação. Sempre procure fazer a pesquisa em mais de um jornal ou revista.
d) Internet
É um grande banco de dados em que computadores ligados entre si e ao mundo inteiro podem trocar informações. Se você não possui acesso à Internet em sua casa, verifique se é possível utilizar os computadores da sua escola ou da lan house de sua cidade. Lembre-se: a Internet é somente mais uma fonte de consulta.
Segundo passo: A redação
Feita a pesquisa de informações, o próximo passo é escrever o trabalho escolar e organizar sua forma de apresentação. De acordo com o trabalho, pode-se incluir imagens (fotos, desenhos, gráficos) para ilustrar determinados tópicos.
Dicas para escrever
Cada um tem um estilo próprio de escrever. Mas existem algumas recomendações úteis:
a) Quanto ao conteúdo:
√ Elabore um roteiro do que será escrito, procurando imaginar tópicos ou capítulos.
√ Organize o material pesquisado, distribuindo as informações entre as divisões estabelecidas.
√ Procure escrever frases, orações e períodos curtos para facilitar a leitura.
√ Evite a repetição de informações ao longo do trabalho.
b) Quanto à forma:
√ Deixe margens ou espaços em branco nas bordas do papel. Dessa forma, o trabalho fica “mais arejado” e a leitura mais fácil.
√ Faça um trabalho limpo e ordenado. Se for manuscrito, evite o uso de corretores e mantenha um padrão para a letra.
√ Utilize parágrafos dentro de cada tópico ou capítulo.
√ Sublinhe ou destaque em um quadro os assuntos mais importantes, como definições ou conceitos.
√ Faça a paginação das folhas.
√ Se utilizar imagens, encaixe-as próximas ao texto correspondente.
√ Evite usar cores ou outros recursos gráficos que não acrescentem informação ou dificultem a leitura.
Normas para a entrega de trabalhos escolares
Este documento foi elaborado para auxiliá-lo na apresentação de trabalhos escolares. Segue as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), adaptadas à realidade escolar.
Elementos pré-textuais
São informações que antecedem o texto e auxiliam na justificação e uso do trabalho. Abaixo, a lista dos elementos pré-textuais considerados obrigatórios:
a) Capa
O revestimento externo do trabalho, no qual devem constar as informações indispensáveis à sua identificação. Deve conter:
√ Nome da Escola.
√ Nome completo do(s) autor(es) do trabalho.
√ Título.
√ Subtítulo, se houver.
√ Nome da disciplina e do professor.
√ Local (cidade da Escola em que o trabalho foi apresentado).
√ Ano da entrega.
b) Sumário
Apresenta as principais divisões de um trabalho, seções e outras partes do documento na mesma ordem e grafia em que nele figuram, reproduzindo a sua estrutura e organização.
O indicativo de cada seção, divisão, capítulo, com suas subdivisões, deve ser acompanhado do respectivo número de página.
A palavra “SUMÁRIO” deve ficar centralizada, destacada graficamente (negrito) e com a mesma fonte utilizada nas seções primárias do trabalho.
Lembre-se: cada capítulo deve começar em uma nova página.
Elementos textuais
a) Introdução
É a parte inicial do trabalho, nesse espaço, o autor expõe o objetivo do trabalho, os recursos utilizados e o resultado alcançado.
Os requisitos para uma boa introdução são:
√ Definição do assunto.
√ A indicação do caminho a seguir.
Importante: somente a partir da introdução numeram-se as páginas do trabalho. Utilizam-se algarismos arábicos, sendo que a contagem das páginas inicia no sumário.
b) Desenvolvimento
É o corpo do trabalho em que o autor desenvolve o conteúdo do seu estudo. É a parte mais extensa do texto, podendo ter várias seções e subseções, que variam conforme a abordagem do tema e do método.
c) Conclusão
Onde se expõe o fechamento das idéias do estudo e onde são apresentados os resultados da pesquisa e, partindo da análise destes resultados, tiram-se as conclusões e, se for necessário, as sugestões relativas ao estudo.
Elementos pós-textuais
a) Referências Bibliográficas
Consiste em uma lista ordenada com os materiais utilizados para a confecção do trabalho. A referência permite a correta indicação de um documento, no todo ou em parte, não importando em que suporte esteja (livro, jornal, revista, internet, CD-ROM, entrevista gravada e etc.).
√ Todos os materiais que foram mencionados no texto do trabalho devem, obrigatoriamente, ser incluídos na lista de referências.
√ Após consulta de qualquer tipo de documento, anotar os dados para não ter trabalho em coletá-los posteriormente na compilação das referências.
√ Quando consultar periódicos, não se esquecer de anotar o local de publicação, volume ou ano e número do fascículo.
√ Na consulta de documentos na Internet, não esquecer de anotar o endereço eletrônico (URL), data de acesso (dia, mês e ano).
√ Para documentos impressos, retirar as informações, preferencialmente, da folha de rosto dos documentos.
√ Ordenar as referências em ordem alfabética.
Exemplos de referência:
Para livro:
ÚLTIMO SOBRENOME, Prenome(s). Título da obra. Cidade: Editora, ano.
Exemplo:
BAGNO, Marcos. A língua de Eulália. São Paulo: Contexto, 1997.
Para artigos de revista:
GUIMARÃES, João L. A oficina do sabor. Superinteressante. São Paulo, ano 9, n. 12, dez. 1997, p. 34 – 49.
Exemplo de reportagem de jornal:
NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo. São Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo, Caderno 8, p. 13.
Obs.: Quando não aparece o nome do autor da obra, entra-se pelo título, ou pelo nome do jornal ou revista.
Exemplo de e-mail:
ACCIOLY, F. Publicação eletrônica [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por mtmendes@uol.com.br em 26 de jan. 2001.
Exemplo de artigo de revista na Internet:
SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro, Nov. 1998. Seção Ponto de Vista. Disponível em: http://www.brasilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm . Acesso em: 28 jul. 2002.
Exemplo de fita de vídeo:
AZEVEDO, Maria Izabel (Coord.) Os perigos do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos de Andrade. São Paulo: CERAVI, 1995. 1 fita de vídeo (30 min.), VHS, son., color.
b) Anexos
Aqui se inserem fotos, gravuras, reportagens ou outras informações que se considerar pertinente ao trabalho.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Texto Digitado:
√ Deve ser utilizado o papel branco, do tipo A4 (297 x 210 mm).
√ O texto é digitado com tinta preta e somente de um lado da folha.
√ As folhas do trabalho devem ser contadas sequencialmente desde o sumário, mas não numeradas. A numeração é colocada a partir da introdução. O número deve ser localizado na borda superior do papel, margeado à direita.
√ As margens da folha devem ser de: superior e esquerda – 3cm
inferior e direita – 2cm
√ Todo o texto deve ser digitado com espaçamento 1,5 de entrelinhas.
√ O tipo de letra do texto deve ser Times New Roman ou Arial, tamanho 12 e para citação direta, usar fonte tamanho 10.
√ Parágrafo à 2 cm da margem esquerda.
√ Separar os títulos do texto que precede ou sucede por dois espaços.
Texto manuscrito
Se você for apresentar seu trabalho por escrito, siga o seguinte roteiro:
√ 1ª folha (capa): Título do Trabalho.
√ 2ª folha: Nome do autor ou dos autores (se o trabalho for feito em equipe), nome da Escola e a data (dia / mês / ano).
√ 3ª folha: Sumário.
√ 4ª folha: Introdução.
√ A partir da 5ª folha:
• textos, fotos e mapas que formam o corpo do seu trabalho.
• Conclusão (em folha separada).
• Referência Bibliográfica (em folha separada).
√ Utilizar folha de papel almaço pautada ou de bloco.
√ A letra deve ser legível.
√ Utilizar caneta azul ou preta.
√ Outras cores somente para sublinhar, destacar, enumerar, etc.
√ Não é aconselhável entregar um trabalho contendo rasuras e nem folhas amassadas ou dobradas.
Uma forma interessante de começar é por um pequeno histórico do assunto.
Sempre releia o que foi escrito. É comum omitir palavras ou escrevê-las erradas e até mesmo frases que não fiquem claras. Pode também haver erro de concordância, e é bom que seja corrigido antes que chegue às mãos do professor. Se o trabalho for feito em equipe, melhor ainda, pois cada colega pode apresentar um assunto diferente ou verificar se o texto está claro.
Leia a mensagem a seguir.
“O ABACAXI
Álvaro trabalhava em uma empresa. Funcionário sério, dedicado, cumpridor de suas obrigações e, por isso mesmo está com seus 20 anos de casa. Um belo dia, ele vai ao dono da empresa para fazer uma reclamação:
– Meu patrão, tenho trabalhado durante esses 20 anos em sua empresa com toda a dedicação, só que me sinto um tanto injustiçado. O Luiz, que está conosco há somente três anos, está ganhando mais do que eu.
O patrão, fingindo não ouvi-lo disse:
– Foi bom você vir aqui. Tenho um problema para resolver e você poderá fazê-lo. Estou querendo dar frutas como sobremesa ao nosso pessoal após o almoço de hoje. Ali na esquina tem uma barraca. Vá até lá e verifique se eles têm abacaxi: Álvaro, sem entender direito, saiu da sala e foi cumprir a missão.
Em cinco minutos estava de volta.
– E aí, Álvaro? – perguntou o patrão.
– Verifiquei como o senhor mandou. O moço tem abacaxi.
– E quanto custa?
– Isso eu não perguntei, não.
– Eles têm quantidade suficiente para atender a todos os funcionários do escritório? – Quis saber o patrão.
– Também não perguntei isso, não.
– Há alguma outra fruta que possa substituir o abacaxi?
– Não sei não…
– Muito bem, Álvaro. Sente-se ali naquela cadeira e me aguarde um pouco. O patrão pegou o telefone e mandou chamar o Luiz. Deu a ele a mesma orientação que dera a Álvaro.
Em oito minutos, o Luiz voltou.
– E então, Luiz? – Indagou o patrão.
– Eles têm abacaxi sim. Em quantidade suficiente para todo o nosso pessoal. E se o senhor preferir, têm também laranja, banana, melão e mamão a R$ 1,00 o quilo, o melão a R$ 1,20 a unidade, e a laranja a R$ 20,00 o cento, já descascadas. Mas como eu disse que a compra seria em grande quantidade, eles me concederam um desconto de 15%. Deixei reservado.Conforme o senhor decidir, volto lá e confirmo, explicou o Luiz.
Agradecendo pelas informações, o patrão dispensou-o. Voltou-se para o Álvaro, que permaneceu sentado ao seu lado, e perguntou-lhe:
– Álvaro, o que foi que você estava mesmo me dizendo?
– Nada sério não, patrão. Esqueça, com sua licença.
E o Álvaro deixou a sala.”
Investigue, seja curioso, pesquise e sinta o prazer de descobrir para ser cada vez melhor!

Autor: Orientação
Categoria:
 Dicas Escolares

os dez livros mais citados


Os 10 mais

Nessas páginas estão os dez livros mais citados. Tem poesia, conto, prosa. Clássico. Contemporâneo. Que faz pensar, sorrir, suspirar e emocionar. Para criança grande, pequena e também para o adulto (decidimos indicar idades em todos os 55 livros apenas como referência aos pais e não uma regra). Podem ser o início de uma biblioteca particular - ou pública. E, independente do estilo, são todos feitos para a criança morar, como desejou Monteiro Lobato.


Reinações de Narizinho (vol.1 e 2), de Monteiro Lobato (Editora Globo) e ilustrações de Paulo Borges
Narizinho, Pedrinho, Emília, Visconde de Sabugosa, Dona Benta e tia Nastácia mergulham em aventuras no Sítio do PicaPau Amarelo. Não dá para ficar imune ao texto de Lobato. Ele constrói histórias como quem tece uma renda, e faz parecer conversa de peixe conversa com besouro e idéias de boneca de pano com sabugo de milho parecer normal.
A partir de 6 anos.  
Bisa Bia, Bisa Bel, de Ana Maria Machado (Editora Salamandra)
Na premiada obra, Bel se encanta por um retrato da sua bisavó, ainda criança. Ela nunca a conheceu, mas imaginar um relacionamento entre as duas faz com que Bisa Bia se torne uma grande amiga e confidente. A partir de 7 anos. 
A Bolsa Amarela, Lygia Bojunga (Editora Casa Lygia Bojunga)
Em uma velha bolsa doada por uma tia, Raquel esconde três grandes vontades: a de crescer, a de ser garoto e a de se tornar escritora. Lygia aborda os conflitos internos e externos da personagem, por meio de amigos secretos, fantasias e questões do mundo real. As reflexões ajudam os pequenos a dialogarem com seus conflitos. O texto segue solto. Não dá vontade de largar. A partir de 8 anos.

Marcelo, Marmelo, Martelo e Outras Histórias, de Ruth Rocha e ilustrações de Adalberto Cornavaca, (Editora Salamandra)
O livro tem três histórias: Marcelo, Marmelo, Martelo, Teresinha e Gabriela e Os Donos da Bola. Nelas, os leitores conhecem crianças que se deparam com reveses comuns no universo infantil, como a dificuldade de diálogo entre adultos e crianças. Os desenhos expressam a vivacidade e inocência que envolvem estas lições.
A partir de 6 anos.

Ou Isto ou Aquilo, Cecília Meireles e ilustrações de Thaís Linhares (Editora Nova Fronteira)
É o único livro de poesia entre os dez mais citados. O texto de 1964 é atual e introduz a criança no jogo de palavras, no humor e na sensibilidade de Cecília Meireles, que instiga os leitores a notar, entre tantas coisas, que a vida é repleta de duras escolhas.
A partir de 4 anos.

Contos de Grimm, de Wilhelm e Jacob Grimm (Editora Cia. das Letrinhas)
Nesta versão, com tradução de Heloisa Jahn e ilustração de Elzbieta Gaudasinska, encontram-se alguns dos textos escritos pelos irmãos alemães, no século 19, a partir de histórias populares, como Branca de Neve e O Pequeno Polegar. Cheios de moral, caem bem para abordar conflitos e medos infantis. A partir de 4 anos.



Flicts, de Ziraldo (Editora Melhoramentos)

Era uma vez uma cor muito rara e muito triste que se chamava Flicts. Ela sofre por não se encaixar em lugar algum. Não está no mar, no arco-íris, nas bandeiras. Até que ela descobre a que veio e mostra que todos têm seu lugar especial no mundo.A partir de 4 anos.


Contos de Andersen, de Hans Christian Andersen (Editora Ática)

Com tradução de Mary França e belos desenhos de Eliardo França, a obra reúne, em dois volumes, alguns contos do dinamarquês, seguidor do estilo dos irmãos Grimm: O Patinho Feio, Soldadinho de Chumbo e As Roupas Novas do Imperador. Uma das características de Andersen é criar texto cheios de heroísmo dos oprimidos, além de abordar problemas como perdas e abandono. A partir de 4 anos.




O Menino Maluquinho, de Ziraldo (Editora Melhoramentos)
Alegria, carisma e esperteza em um menino bem maluquinho que cria sol em dias de chuva, abraça o mundo com as pernas, brinca com sua sombra, canta, distribui segredos. Com maestria, o autor trata de infância, felicidade e amadurecimento. A partir de 7 anos.



Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll (Cia das Letrinhas)

"Que graça tem um livro sem conversas ou figuras?" Assim começa a história de Alice, a menina que cai num poço e sai em outro mundo. Entre tantas, esta edição, contada por Ruy Castro e ilustrada por Laura Beatriz, foi citada pelos entrevistados como a melhor do clássico de 1862, primeiro grande título da Moderna Literatura Infantil. A partir de 9 anos.


 
Lobato, o mestre
O que Lygia Bojunga, Ziraldo, Ana Maria Machado, Ruth Rocha têm mais em comum? Todos são considerados "filhos de Lobato". Seguiram o mestre ao escrever textos leves e frases curtas. Entrou no universo infantil por ser contra as traduções de clássicos, para ele, cheias "de expressões do tempo do onça ou só usadas em Portugal". O primeiro livro foi A Menina do Narizinho Arrebitado, lançado em 1920, que revelou Emília. Reinações de Narizinho surge em 31, iniciando a série de aventuras no sítio que nunca envelhece.
* (Editora Brasiliense)
A Chave do Tamanho
Assistindo inconformada à Segunda Guerra Mundial, a boneca Emília decide ir à Casa das Chaves, onde ficam chaves capazes de desligar tudo do mundo. Por engano, ela desliga a que controla o tamanho e encolhe toda a humanidade.
A partir de 6 anos.

Caçadas de Pedrinho (Editora Globo)
Grande conhecedor da floresta, o Marquês de Rabicó descobre que uma onça anda rondando o Sítio. Os meninos planejam uma expedição para caçar a fera. Das aventuras, um novo personagem se une à turma: Quindim, um rinoceronte falante que fugiu de um circo. A partir de 6 anos.